27 de abril de 2011

Essas delícias aguardam um lar

De hoje a sábado Goiânia será a Capital dos Pequenos Animais

Goiânia será a Capital dos Pequenos Animais


O 32º Congresso Brasileiro da Anclivepa (Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) acontece de 27 a 30 de abril no Centro de Convenções de Goiânia, com uma extensa programação científica abordando os cuidados com os pequenos animais. Simultaneamente ao evento, acontece a Expo Anclivepa, com as últimas novidades do segmento pet, um mercado que registra um crescimento de mais de 10% ao ano no Brasil.

De acordo com Sérgio Luiz Pereira, presidente da Anclivepa Goiás, são esperados cerca de 1.800 congressistas de todo o país. Estão confirmados palestrantes na área de Anestesiologia, Bem-Estar, Cardiologia, Cinofilia, Cirurgia, Clínica Geral, Comportamento, Dermatologia, Emergência, Endocrinologia, Fisioterapia e reabilitação, Gastroenterologia, Imagem, Doenças Infecciosas, Medicina felina, Nefrologia, Neonatologia, Odontologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia, Parasitologia, Patologia clínica, Reprodução, Saúde Pública, Animais Silvestres e Medicina Veterinária Terapêutica.

Acesse o site www.anclivepa2011.com.br e www.twitter.com/anclivepa2011 para saber mais sobre este grande evento.


CBA 2011 – Horários

Congresso Brasileiro da Anclivepa (Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
Abertura: Data: 27 de abril
Local: Centro de Convenções de Goiânia
Horário: 20 horas
Entrada pela Rua 30 - Portão 1

Expo Anclivepa

Funcionamento: Dias 27 a 30 de abril

Horários para visitantes: 27, 28 e 29 de abril - das 14 às 20 horas

Dia 30 de abril - das 14 às 17 horas

Área de 6 mil metros quadrados, com 50 expositores.

25 de abril de 2011

Entenda melhor o que é a raiva animal

Olá, pessoal. Hoje vamos falar sobre um assunto muito triste: raiva animal. Recentemente, bem no coração da cidade de Goiânia, no Setor Sul, tivemos um caso de um gatinho infectado por essa doença. Justo Goiânia, que não registrava um caso desses há mais de uma década! Para piorar, uma pessoa de boa vontade resolveu cuidar do pobre bichano abandonado e foi atacado pelo mesmo. O gatinho, claro, morreu, mas a pessoa passa bem.


A raiva é uma doença de animais de sangue quente causada por um vírus classificado na família Rhabdoviridae (Rhabdo significa bastão – os vírus desta família têm forma de um projétil). Os animais silvestres, como os morcegos, são reservatórios primários para raiva e os animais domésticos de companhia são a principal fonte para a transmissão da raiva aos seres humanos. A transmissão se dá pelo contato com a saliva infectada do animal raivoso e as terminações nervosas (nervos). Esse contato é mais comum pelas mordeduras ou arranhaduras. Podem ocorrer também transmissões por meio de contato da saliva contaminada e feridas recentes ou mesmo conjuntivas ou mucosas. O vírus migra através dos nervos até chegar ao cérebro (sistema nervoso central), levando o animal afetado a ter problemas de comportamento anormal ou paralisia. No próprio cérebro, o vírus começa a se multiplicar, e migra, também pelas fibras nervosas, até chegar às glândulas salivares, onde continua seu processo de transmissão.

O período de incubação (que é o período desde a entrada do vírus no organismo até o aparecimento dos sintomas) pode variar de uma semana até um ano, dependendo do local por onde o vírus foi inoculado. Por exemplo, se a mordida for na cabeça, no rosto ou no pescoço, o período de incubação é mais curto; se for em pernas ou pés, mais longo.

Os sinais clínicos podem ser: mudanças de comportamento (depressão, demência ou agressão), salivação excessiva, dificuldade para engolir, paresia, paralisia (mais comum nos herbívoros), incoordenação motora. Cães que antes eram afetuosos se tornam agressivos com seus donos, escondem-se por medo e se ficam apreensivos. Mordem qualquer coisa que estejam por perto, inclusive objetos que possam ferir, como arames farpados, objetos pontiagudos, etc. Podem ainda abocanhar objetos imaginários! Existe também a raiva muda, onde o animal fica num estado de estupor. A morte ocorre dentro de 2 a 7 dias e infelizmente é inevitável.

Animais infectados ou com suspeita de raiva devem ser isolados e colocados em observação. Após a morte, o cérebro é enviado para análise por meio de testes laboratoriais. Pessoas que foram mordidas por animais infectados ou suspeitos devem ser encaminhados para a unidade de saúde o mais breve possível, para que recebam soro anti-rábico. O tratamento não é recomendável para animais com raiva, devido ao risco da exposição humana. Já os animais vacinados que foram mordidos por animais infectados devem receber novamente a vacina e ficarem em observação durante 90 dias.

A única maneira de prevenir todo esse sofrimento é por meio da vacinação. Os animais devem receber a primeira dose da vacina anti-rábica após os 4 meses de idade, e deverão receber reforço anual. A vacina é composta de vírus vivo inativado, o que torna a vacina segura e eficaz. Entretanto, ocasionalmente (e infelizmente nem tudo é garantia de final feliz), pode ocorrer a chamada raiva vacinal, que causa um quadro falta de apetite, paresia dos membros posteriores, encefalomielite, rigidez dos membros, déficits nervosos ou demência. Por isso é muito importante que os laboratórios que fabricam as vacinas anti-rábicas tenham um rigoroso controle de qualidade de seus produtos. Como já mencionado, a vacina é a única maneira de evitar a raiva e os animais de companhia, muitas vezes são considerados membros das famílias. E ninguém, é óbvio, gostaria de perder um membro da família!

Na campanha anti-rábica de 2010 houve muitas mortes de animais após a vacinação principalmente em gatos e cães pequenos. Vários donos tiveram prejuízos em gastos veterinários após seus bichinhos apresentarem falta de apetite, vômitos, diarréia, apatia, paralisia, etc. Vacinações foram suspensas em estados do Brasil, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, pois logo se tomou conta da dimensão do estrago.

Mesmo com todos esses problemas é muito importante a vacinação. É uma pena que no Brasil, mesmo pagando impostos caríssimos, temos que pagar por serviços que o próprio governo oferece, como saúde, segurança, educação... e parece que agora teremos que arcar também com vacinas anti-rábicas! Vacinas importadas parecem dar menos problemas do que a vacina do governo.

Quem é dono cuida e assim evita a propagação de doenças e mortes dos animais. Manter seus bichinhos longe de situações de risco, oferecer-lhes boa alimentação e água a vontade, providenciar a atualização do calendário de vacinação, além de carinho e amor, tudo para a garantia de uma vida saudável e feliz.

Lívia Fernanda de Oliveira
Médica Veterinária
CRMV 3186
liviafernanda@gmail.com

Dra. Lívia e sua adotada, Agatha

21 de abril de 2011

Estou grávida, tenho que me desfazer de meu animal de estimação?

Muitos aqui devem ter assistido ao episódio da novela Insensato Coração, onde a personagem da atriz Camila Pitanga se nega a encostar, e ainda diz “ que não pode nem chegar perto”, pois a médica recomendou, da gatinha que estava em cima do carro, pelo risco de pegar toxoplasmose. Como veterinária fiquei chocada com tamanha DESINFORMAÇÃO passada por uma rede de TV como a GLOBO. Desde então a comunidade veterinária se posiciona para INFORMAR corretamente como ocorre a infecção pela toxoplasmose e seus riscos.

O felinos selvagens e domésticos são hospedeiros definitivos e intermediários do Toxoplasma gondii (agente causador da toxoplasmose), e isso é muito importante para entender porque o gato é visto como o “MAU sujeito” nessa história toda. No entanto, a toxoplasmose está presente não somente neles, mas em diversos animais de produção (caprinos, suínos, ovinos, bovinos, aves), no cão, em répteis, anfíbios e na maioria dos vertebrados, contudo, estes são hospedeiros intermediários.

Somente no gato, a toxoplasmose passa por um ciclo enteroepitelial, onde os cistos (recheados de bradizoítos – uma das formas infectantes) ingeridos dos tecidos de suas presas sofrem ação do suco enterogástrico e as formas infectantes são liberadas e penetram nas células intestinais. A partir deste ponto formam-se oocistos (forma não infectante) que são liberados no intestino dos gatos, e que serão eliminados no ambiente ao defecar. No entanto, gatos saudáveis quando infectados (NÃO É todo gato que tem toxoplasmose) eliminam somente oocistos por 1 a 2 semanas, uma ÚNICA vez na vida. Após a infecção o gato também apresenta imunidade contra a Toxoplamose. Exceções podem ocorrer com gatos imunossuprimidos (FIV/ FelV, dose alta de corticóides).

Nos demais hospedeiros, a toxoplasmose passa por um ciclo (sistêmico) que não envolve a eliminação intestinal, entretanto, há formação de cistos e estes permanecem em estado de latência em diversos tecidos.

Pronto, chegamos ao ponto, onde o pobre coitado do gato é crucificado, pois só ele elimina nas fezes e, portanto, ele é o CULPADO. Na verdade não é. A culpa é da FALTA DE HIGIENE e explico nos próximos parágrafos.
O gato ao liberar o oocisto nas fezes (lembrando que este oocisto não se encontra na forma infectante), ele precisa passar por uma fase que chamamos de esporulação para então se tornar infectante (esporocistos).

No entanto, essa fase de esporulação ocorre de 1 a 5 dias (em média 3 dias) após o oocisto ter sido colocado no ambiente (entre outras palavras, “o cocô tem que estar a 3 dias na liteira”). Todos nós, donos de gatos, sabemos da importância de se limpar a liteira (caixinha de areia) TODO DIA. Portanto, basta limpar todo dia, que o oocisto não esporula no seu ambiente. Outro detalhe, gatos “indoors” ( sem acesso à rua) apresentam baixíssima chance de terem sido infectados pelo toxoplasma, pois não costumam caçar pequenos mamíferos, agora se o proprietário costuma fornecer alimento cru, eles também podem ser infectados .

Acredito que todos aqui entenderam que o problema está no cocô do gato que está abandonado na liteira, acredito também que ninguém que lê esse blog tem mania de comer cocô de gato, ainda mais com 3 dias ressecando na liteira, não é mesmo!? Creio também que todos usam pás ou não tocam com as mãos diretamente nas fezes do gato. Mesmo assim, terminou de limpar a liteira, lave bem as mãos, isso demonstra higiene.

Outro detalhe, o oocisto está na fezes, e não no gato, então pode tocar seu gato sim, recomendo que pessoas que possuem gatos de pêlo longo, façam a tosa higiênica, visto que em alguns desses gatinhos, as fezes podem ficar presas nos pelinhos em volta do ânus.
Lembro ainda que gatos apresentam hábitos de limpeza diários ( o chamado “banho com a língua”), portanto, se infectar com toxoplasma tocando o gato é uma inverdade.

Não temos controle nos gatos que defecam em hortas, portanto, LAVAR BEM VERDURAS e FRUTAS é fundamental.

A carne que é consumida crua ou semi-crua, apresenta alto risco para infecção pela Toxoplasmose, pois nos demais hospedeiros, o cisto está em forma de latência nos tecidos e são viáveis por muitos anos.

Para as grávidas, todos os cuidados acima são muito importantes, visto que a toxoplasmose pode gerar abortos e danos ao feto, mas informo que pegar toxoplasmose tocando em seu gato não é verdade, não precisa se desfazer dele. Pessoas que apresentam imunossupressão (ex.aidéticos) também devem redobrar as cuidados acima, visto que a infecção é responsável por diversos óbitos, lembrando que nesse caso, não necessariamente a pessoa tem que ter se infectado recentemente, existe a presença de uma infecção em latência que costuma ser responsável pela maioria dos casos de encefalite toxoplásmica.

Para as grávidas ficarem mais tranqüilas, basta ir ao veterinário e pedir a sorologia para Toxoplasmose, lembrando que um resultado negativo, quer dizer que o gato não teve contato prévio com a toxoplasmose, mas que existe chance de infecção futura se exposto as condições citadas nos parágrafos acima.

Vamos as perguntas.

1 - Tenho que me livrar do meu cão? Ou não posso tocar no meu cão?
Eu costumo responder no consultório da seguinte forma “ você pretende matar e comer a carne crua do seu cão?”, acho que não. Pode parecer um pouco grosseiro, mas é somente para que nunca se esqueça que cães não passam toxoplasmose. Não precisa se livrar dele, até porque ele nunca se livraria de você, e pode tocá-lo à vontade.

2 - Não posso mais tocar meu gato? Estou grávida e o médico não recomenda.
A recomendação que faço é. Pode tocá-lo. Único cuidado, basta usar luvas ao trocar a areia na liteira e lavar as mãos, mas se mesmo assim não quiser limpar a liteira, peça a um terceiro para fazer. E faça todo dia.

3 - Não pega pela pelagem?
Se o gato não está banhado de fezes, com certeza não. Lembre-se o gato se “lava diariamente”.

4 - Mas como eu pego?
Ingerindo carnes cruas, principalmente, de ovinos, suínos, caprinos, e o adorado coração de galinha. Através de verduras e frutas mal lavadas. Em contato direto com terra contaminada (use luvas na jardinagem e horta e lave bem as mãos).

5 - Mas e do meu gato, como eu posso pegar?
Se ingerir fezes que estão a 3 dias esquecidos na liteira, se pegar cocô com a mão e por na boca. Isto é, se você não tiver hábitos de higiene. NÃO SE PEGA TOXOPLASMOSE DE TOCAR NO GATO, DE DORMIR COM COM O GATO, NÃO PEGA PELO AR.

É isso pessoal, assunto polêmico necessita de um texto um pouco maior para não gerar dúvidas. Qualquer coisa é só me mandar um email.
Leila Sena
CRMV 4423
Medicina Felina
Veterinária ASPAAN
leilasenavet@gmail.com
**referências encontram-se com a autora

9 de abril de 2011

Conheça um pouco mais sobre o trabalho da ASPAAN. Veja o vídeo.

7 de abril de 2011

Adoramos finais felizes!!!

Pra quem acompanha o blog, viu em um dos nossos posts a histórinha da mamãe tricolor que fez uma cirurgia e aguardava adoção. Bem, a adoção demorou... mas veio!!!
Vale a pena contar um pouco dessa história, uma história com final feliz que a gente sonha pra todos os nossos bichinhos.

A Mamãe Tricolor (não fui criativa o suficiente pra dar um nome de verdade pra ela até hoje!) foi resgatada no ano passado por uma voluntária de dentro do carro da carrocinha junto com outra gatinha. Mamãe estava gravidíssima!!! Foi recebida no abrigo e lá teve seus filhotes, foram 5, um mais lindo que o outro.
Foi uma ótima mãe mas ela começou a se estressar por causa do ambiente, por ter que ficar muito tempo fechada e... comeu um dos filhotes! Faz parte da natureza, estamos acostumados. Mas quando a tia viu, tirou todos os filhotes dela e levou pra lar temporário. Bem, um deles estava muito ruim e acabou indo pro céu dos gatinhos na noite que foi tirado do abrigo. Quando ele estava morrendo, os irmãozinhos ficaram deitados do ladinho dele, fiéis até seu último suspiro (levei para a eutanásia antes que morresse naturalmente, pois estava sofrendo muito!!)

Bem, os 3 irmãozinhos que sobraram (as fotos estão aí embaixo) foram pro lar temporário da tia Stella onde foram tratados como príncipes e ficaram tão lindos e gostosos que foram todos adotados. E o pai de um deles, o amarelinho que hoje chama Caramelo, agora resolveu adotar a mamãe tbm!

Um grande e importante detalhe dessa história: a mamãe é doentinha, tem só 1 rim que funciona e seu fígado tbm está bem aumentado. Ela passa muito bem, está ótima, mas não sabemos quanto tempo de vida ela terá.

Mas o que importa é que hoje ela foi acolhida por uma família amorosa, que só quer saber de tratá-la com carinho, mesmo que sua saúde não seja das melhoras.

ISSO QUE CHAMO DE UMA VERDADEIRA LIÇÃO DE AMOR!

Queria compartilhar com todos esse sentimento tão raro hoje em dia, e espero que isso também inunde o coração de vocês!


Mamãe em sua nova casa




Um dos filhotes adotados, hoje chama Caramelo e é ele que está junto da mamãe agora.

Um dos filhotes da mamãe, tbm já adotado.

 
Filhote da mamãe tbm já adotado.