8 de março de 2011

Magali deixou o mundo mais bonito

Magali deixou o mundo mais bonito porque plantou no coração das pessoas que estiveram com ela, o sentimento mais nobre e mais lindo que existe: o amor verdadeiro.


Essa história é uma história feliz. Pode parecer que não, mas é a história de uma adoção de muito amor em que um animalzinho pode ter a chance de ter tudo o que ele merece: carinho, conforto, segurança e muito amor. Isso pra mim é final feliz! E Magali, essa gatinha que vamos falar hoje, teve tudo isso. O céu chamou ela mais cedo do que gostaríamos, até agora não sabemos exatamente porquê, mas certamente, a mãe dela Leila garante que ela foi uma gatinha feliz até o último respirinho de sua vida, pois nos deixou de uma hora pra outra, sem nenhum vestígio de sofrimento.

Magali teve a história que desejo para todos os bichinhos, mas a única coisa que faltou para ela foi uma vida mais longa. Mas a gente não sabe de nada... Deus é que sabe, né?

"Trabalho como veterinária no abrigo a alguns meses, lá vejo de tudo um pouco. Muitos demonstram o que é superação pelos diversos problemas que apresentam, e mesmo assim continuam nos alegrando, e vencendo diferentes obstáculos todos os dias. Lá é um verdadeiro laboratório para qualquer um. Digo que lá, muito aprendi e continuo aprendendo, e tentando melhorar mesmo em condições muitas vezes desfavoráveis. Mas o melhor do abrigo, são as demonstrações de carinho de todos os bichinhos, cada um com sua personalidade. Eu particularmente, estou lá por eles e hoje cada um tem um pedacinho em meu coração.


Esse post é no intuito de contar a história de uma gatinha, que desde a primeira vez que a vi me despertou especial interesse. Ela era cabeçudinha, magrela e com olhos bem grandes, eu disse para meu marido, "no abrigo tem uma gatinha que parece uma anãzinha". E todos os dias no abrigo lá estava ela a me acompanhar, miando muito, no início mais afastada, com o tempo começou a escalar meu macacão pedindo patê e atenção, e eu sempre atendendo.

Um belo dia eu a filmei e mostrei ao meu marido, ele a achou "bonitinha", e eu comecei a falar dela todos os dias. Até que um dia, ele concordou com a adoção da gatinha. No início, pensei no estresse que Filó e Tine (minhas outras 2 gatinhas) teriam e preferi pensar um pouco antes de levá-la para casa.

Mas um dia eu ia saindo do gatil e olhei a ala dos filhotes, e lá estava ela me olhando, quando deu um miadinho muito baixo, não vacilei, voltei e a busquei, e só liguei pra Cecília e avisei: "adotei a Magali".

Chegando em casa o estresse começou, era gato "riscando fósforo pra cá e pra lá", a Filó que sempre foi mais apegada comigo, logo a aceitou o que me surpreendeu, acho que ela sentiu e pensou "a mamãe gosta mesmo dela, então eu tenho que gostar", e com o tempo as três se adaptaram muito bem.

A Magali logo recebeu um apelido, eu a chamava de NINI, assim como a filó eu chamo de NHORI e a Tine eu chamo de TINE (o nome dela é constantine).E assim como no abrigo, em casa sempre ficou ao meu lado, deitava comigo sempre, se eu ia ao banheiro era obrigatório que ela fosse junto, senão começava a miação na porta, na hora da comida a miação era certa, e na hora do sachê da Whiskas, era uma loucura.

O que eu mais gostava é que quando eu chegava dos meus plantões ao deitar na minha cama, ela vinha me "massagear" na barriga e logo se aninhava pois sabia que era hora de dormir e assim foi todos os dias de nossa convivência.

Ela sempre foi minha companheira, onde eu ia ela estava, se eu ia ao jardim, ela corria atrás, se eu me agachava ela vinha pro meu colo. Ela se mostrou uma gata fiel (isso não é particularidade de cão), carinhosa.

Mas a Nini sempre foi muito fragil, chegou doentinha, e na semana passada fiz uma única aplicação de uma medicaçao para tentar solucionar mais uma vez as fezes hora líquidas, hora pastosas. E fiquei muito feliz, no dia seguinte ela fez um coco durinho, liguei pra Cecília ou ela me ligou e logo contei, falei da alegria que eu me encontrava. Na sexta, dia 4, não dei plantão e não acompanhei meu marido em seu trabalho (ele também é músico), fiquei com a Magali vendo escola de samba no sofá, só na preguiça. Logo fui dormir e a Nini foi junto, no sábado, acordei, fui colocar comidinha pra elas e lá veio a miaçao. Como de costume depois ela foi ao banheiro e eu observando feliz o "coco durinho", me acompanhou no quintal, unhou minha cadelinha pelo atrevimento de assustá-la e me acompanhou depois até a porta pois sabia que eu ia sair. Foi a última vez que a vi com vida, voltei 2 horas depois e não acreditei no que vi na porta do meu quarto, entrei em desespero, pois pra mim ela estava bem. Realmente não sei o que levou minha gata, e nem quero pensar muito nisso, pois realmente não sei o que aconteceu e estou traumatizada. Como veterinária a gente sempre acha que falhou em não perceber que, talvez, algo estivesse errado.

Amei essa gata demais e ainda está difícil voltar do plantão e não a encontrar e não receber sua "massagem matinal" ou ir ao banheiro e não escutar seu miado pedindo pra entrar, olhar a sua liteira e seu potinho vazio, pois não tenho coragem de retirá-los.

Bem, apesar de ainda sentir muito a perda repentina, eu gostaria de registrar aqui que a adoção dessa gata foi a MINHA MAIOR ALEGRIA e a MELHOR DECISÃO QUE TOMEI.

Aconselho todos a adotar pois não são só eles que precisam, todos nós precisamos descobrir o que realmente significa a palavra amor incondicional e nos tornar pessoas melhores, um animal não julga suas manias, sua roupa, cor, raça e opiniões, ele simplesmente está ali querendo um pouco de carinho e atenção, e em troca está disposto a te dar TODA FELICIDADE DO MUNDO, e a NINI, com toda certeza, cumpriu sua missão aqui comigo.

NINI te amo demais, zoiudinha.

Mamãe sente sua falta e obrigada por tudo."

Leila Sena - mãe da Magali, Tini e Nhori - além de tia de muitos outros gatinhos e cãezinhos

                                         Magali ainda no abrigo antes da adoção.
 
                                          Já na casa nova.
                                          Com a mamãe Leila e a irmãzinha Filó.


2 comentários:

Chocolate disse...

Dá até um nó na garganta de ler... E de pensar quando esse dia chegar aqui em casa. Tenho 2 adotadas e sou completamente apaixonada por elas. E realmente engana-se quem não acredita que são carinhosos...
Feliz foi vc (e ainda é) por ser a humana adotada por essas doces criaturas...

Unknown disse...

Querida Leilinha sinto muito pela sua Magali, gostaria de ter uma frase pra poder aliviar sua dor mas não tenho, só posso te dizer que te entendo: já passei por coisas assim e sei que é muito ruim. Que Deus te abençoe .